A saúde da mulher ganha destaque no décimo mês do ano, com a campanha Outubro Rosa. O movimento começou em 1990, com um evento chamado "Corrida pela cura", em Nova Iorque. A ação arrecadou verba para uma fundação de combate ao câncer.
Aos poucos a ideia da campanha se espalhou pelo mundo, chegando ao Brasil em 2002, durante uma ação no parque Ibirapuera, em São Paulo. A partir de 2008, iniciativas semelhantes se tornaram cada vez mais frequentes, com a adesão de instituições públicas e privadas.
A ideia de focar na saúde da mulher em um determinado momento do ano se deve aos números. Segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), o câncer de mama é uma das enfermidades que mais mata o sexo feminino, sendo um dos três tipos de maior incidência, junto com o de pulmão e o colorretal.
Este tipo de câncer, ainda conforme dados repassados pela instituição, é o quinto em mortalidade no mundo, com estimativas em torno de quase 630 mil registradas em 2018.
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) acompanha esses casos no país e afirma que o câncer de mama também é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres brasileiras. Para 2019, foram estimados 59 mil casos novos, o que representa uma taxa de incidência de 51,29 casos por 100 mil mulheres.
Aproveitando essa atenção a saúde da mulher, vamos abordar outras áreas femininas que precisam de atenção, repassando cinco dicas que podem ajudar a manter sua saúde em dia.
O coração é um dos órgãos mais importante do corpo, logo, precisa de atenção especial. No Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a incidência de infarto em mulheres tem aumentado. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre as mulheres, ficando inclusive acima de problemas como câncer de mama e de colo de útero, conforme a Organização Mundial da Saúde.
Os sintomas do infarto na mulher geralmente aparecem de forma mais discreta do que no homem. Muitas vezes, não ocorrem os clássicos sintomas de formigamento no braço e dor no peito, mas sim, suor, náusea, vômito e falta de respiração. Os sintomas podem ser confundidos com uma crise de ansiedade.
Os principais fatores de risco de doenças do coração nas mulheres são obesidade, sedentarismo, tabagismo, hipertensão, colesterol alto, situações frequentes de estresse e a menopausa, devido à mudança na produção do estrogênio, um hormônio que atua como protetor do coração.
Por isso, visite regularmente seu cardiologista e mantenha seus exames em dia.
Sim, é importante dormir bem e não simplesmente pelo cansaço. Um estudo da Faculdade de Medicina de Warwick, na Inglaterra, apontam que as mulheres são as principais vítimas da privação de sono. Além disso, as análises apontam que mulheres que dormem pouco estão mais sujeitas a sofrer de aumento da pressão arterial. Outro estudo, realizado na Universidade de Medicina de Pittiburgh, nos Estados Unidos, encontrou fortes conexões entre a falta de sono e problemas no relacionamento.
Segundo os pesquisadores, mulheres que tendem a dormir menos que os homens devido ao maior número de atividades que desempenham e sofrerem mais com problemas como insônia e até depressão.
Respirar duas vezes e evitar ficar estressada pode ajudar muito. Dados do Programa de Avaliação do Estresse da Beneficência Portuguesa de São Paulo mostram que as mulheres são mais estressadas que os homens. Preocupação excessiva, tensão crônica ou medo de morrer são alguns dos sintomas da ansiedade sofridos por mulheres que não cuidam da saúde psicológico.
Entre os benefícios dos exercícios na saúde da mulher podemos destacar a melhora cardiovascular; manutenção do controle da glicemia (açúcar no sangue); diminuição do colesterol ruim; prevenção da osteoporose; facilitação de emagrecimento e diminuição nas chances de ocorrência de pressão alta.
Além de tudo isso, praticar exercícios físicos colabora na produção de endorfinas, que proporciona sensação de bem estar e regulariza o ciclo hormonal na mulher.
Nem todas as mulheres sabem que problemas relacionados ao gênero podem ser prevenidos com uma boa alimentação. Quer um exemplo? Mulheres que comem duas porções de vegetais por dia têm 45% menos chances de desenvolver câncer de mama! A informação consta em um estudo realizado pela Boston University e publicado no jornal American Journal of Epidemiology.
Outro problema que afeta a saúde da mulher é a dor de cabeça, tanto que 76% da população feminina do país sofre com esse mau. Uma pesquisa desenvolvida pela Escola de Ciências da Saúde da Universidade Griffith, na Austrália, descobriu que uma dieta rica em vitaminas do complexo B pode ajudar a prevenir crises de enxaqueca. Fígado de boi, mariscos, ostras cruas, atum, ovos e leite são boas fontes dessa vitamina.
Além dessas dicas, claro, fica sempre o recado para visitar o médico periodicamente. Assim como câncer, várias doenças, se descoberta na fase inicial, podem ser curadas. Além disso, como vimos no artigo, dicas simples podem resolver grandes problemas. Cuide-se!
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Nutricionista – Centro Universitário São Camilo Pós graduada em Nutrição Pediátrica- IPGS
