Altas concentrações de triglicerídeos tendem a preocupar toda a equipe de saúde e pacientes. O triglicerídeos alto representa fator de risco para algumas doenças, principalmente as do coração.
Entretanto, é uma condição que pode ser tratada, principalmente com as mudanças de hábitos: alimentação adequada, prática de atividades físicas, sono regulado e redução do estresse.
Ao longo deste artigo, você vai entender melhor o que são triglicerídeos, quais os riscos dos triglicerídeos alto e como tratar esta condição.
Os triglicerídeos, juntamente com o colesterol, ésteres do colesterol, fosfolipídios e ácidos graxos não-esterificados são lipídeos que compõem o plasma humano.
Como são substâncias insolúveis em água, precisam ser transportados por lipoproteínas: HDL (lipoproteína de alta densidade) e LDL (lipoproteína de baixa densidade) e VLDL (lipoproteína de muito baixa intensidade).
Essas proteínas fazem o transporte dos triglicerídeos e outros lipídios do fígado e intestino para os tecidos de destino.
Nas células e tecidos, os triglicerídeos funcionam como uma reserva de energia. Assim, quando há a necessidade, as células liberam os triglicerídeos para o sangue, fornecendo energia para o nosso corpo.
Triglicerídeos alto (hipertrigliceridemia) podem ser causados pelo estilo de vida, principalmente alimentação, ou por algumas condições, como obesidade, síndrome metabólica e diabetes, por exemplo.
Essa elevação dos níveis de triglicerídeos está associada, principalmente, ao risco de doenças coronarianas, como infarto e insuficiência cardíaca, por exemplo.
Já os baixos níveis de triglicerídeos podem estar associados à baixa ingestão de calorias, desnutrição, uso de medicamentos ou alguma doença da tireóide.
Desejável: Entre 50 e 150 mg/dL
No limite: Entre 150 - 199 mg/dL
Alto: Entre 200 - 499 mg/dL
Muito alto: Acima ou igual a 500 mg/dL
Os triglicerídeos alto é causa para dislipidemia, que é uma doença em que os níveis de colesterol e triglicerídeos estão alterados. A dislipidemia é fator de risco para diversas doenças coronarianas.
Os triglicerídeos desempenham papel importante como fonte de energia. Entretanto, quando ingerimos alimentos ricos em carboidratos e gorduras de forma exagerada, os triglicerídeos provenientes desses alimentos podem se acumular nas paredes dos vasos sanguíneos, formando placas de gordura (aterosclerose), que geram vasoconstrição.
Com isso, pode acontecer a limitação do fluxo sanguíneo na parede dos vasos. Assim, o indivíduo pode desenvolver hipertensão arterial.
Com a vasoconstrição e limitação do fluxo sanguíneo, determinadas áreas do tecido cardíaco podem ficar sem receber fluxo sanguíneo e, consequentemente, oxigênio, levando à isquemia (infarto).
Além disso, pacientes com níveis muito altos de triglicerídeos têm maior suscetibilidade de ter um acidente vascular cerebral (AVC), pancreatite (inflamação do pâncreas) e esteatose hepática (gordura no fígado).
Geralmente, pacientes com triglicerídeos alto não apresentam sintomas. Por isso a importância de se realizar consultas médicas e exames com frequência. É uma condição grave, porém silenciosa.
Em casos mais graves, o paciente pode apresentar xantomas, que são depósitos de gordura em forma de nódulos, que se depositam sob o tecido cutâneo.
Os principais tipos de remédio utilizados para baixar os triglicerídeos são:
As estatinas agem inibindo a síntese de colesterol e triglicerídeos no fígado e são indicadas nos casos em que não é possível fazer o controle por meio da alimentação.
Os sais biliares quebram a gordura em pequenas partes. Os medicamentos sequestradores de sais biliares impedem esse mecanismo, fazendo com que as gorduras sejam eliminadas pelas fezes, em vez de absorvidas pelo organismo.
Já os fibratos atuam aumentando as gorduras boas, ao passo que diminui as gorduras ruins.
A melhor forma de controlar os níveis de triglicerídeos é manter um estilo de vida saudável: alimentação adequada, prática de atividades físicas, sono regulado e controle do estresse.
De maneira geral, a dieta mais indicada para quem sofre deste mal é baseada em comida nutritiva e funcional, rica em alimentos naturais e pobre em alimentos processados, ricos em açúcar e industrializados.
A base da dieta deve ser verduras, legumes, folhas, frutas, cereais integrais, peixes, alimentos ricos em proteínas e gorduras boas. Mas, para elaborar a melhor dieta para o seu caso, não deixe de procurar um nutricionista.
Para a atividade física, o ideal é associar o treino de força, como a musculação, e exercícios cardiorrespiratórios, como caminhada ou bicicleta.
A musculação vai ajudar a mudar a composição corporal: aumentar a massa muscular e diminuir a gordura corporal. O exercício cardiorrespiratório melhora o sistema cardiorrespiratório, aumenta o gasto energético e auxilia no processo de emagrecimento, além de ajudar na liberação dos hormônios que promovem bem estar.
O sono de qualidade e regenerador é fundamental para o bom funcionamento do corpo, para reduzir o estresse e para gerar bem estar e qualidade de vida. O ideal é que você tente ajustar a sua rotina para acordar mais cedo e não dormir tão tarde. Nesse processo, o uso da melatonina pode ser interessante. Além de induzir o sono, ajuda a melhorar a qualidade do sono.
Você pode optar pela melatonina melatonina, com a dose ajustada de acordo com a sua necessidade. Pode ser líquida, em cápsulas, em gomas ou na forma farmacêutica que for melhor para você.
Para reduzir o estresse, insira na sua rotina, além do que já foi mencionado, exercícios de respiração, contato com o meio ambiente e práticas que te tragam bem estar e prazer.
Você também pode optar por manipulados para ajudarem nesse processo. Substâncias como camomila, lavanda e alecrim são naturais e tendem a acalmar, regulando o estresse e a ansiedade.
Em todo caso, procure um médico para avaliar o seu caso e as suas necessidades.
Biomédica pela Universidade Estadual de Santa Cruz. Atuou, por dois anos, como analista clínica em laboratório de análises clínicas. Atualmente é agente de perícia criminal na Polícia Civil de Pernambuco: foi lotada por quatro anos no Instituto de Genética Forense e hoje trabalha no Instituto de Criminalística de Petrolina.