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14 de setembro de 2023

A labirintite emocional é uma doença cuja origem reforça a ideia de que nossos sentimentos interferem diretamente na saúde de nosso corpo. Muitas pessoas que passam por situações de estresse e ansiedade apresentam labirintite por esse motivo.

Esses casos devem ser tratados por uma equipe multiprofissional para abranger aspectos físicos e psicológicos e as terapias incluem medicamentos, exercícios físicos, análises psicológicas e comportamentais.

Muitas questões sobre essa patologia ainda precisam ser esclarecidas e estudadas, mas sabe-se que fatores ambientais estão ligados aos processos que geram a doença. Vamos ver neste artigo um pouco sobre como surge a labirintite emocional, seus sintomas e tratamentos.

Labirintite emocional: sintomas mais comuns 

Os sintomas da labirintite emocional são os mesmos da labirintite gerada por inflamações. São eles:

  • Vertigem;
  • Tontura;
  • Náusea;
  • Desequilíbrio.

Como as emoções podem afetar o equilíbrio?

Em uma publicação científica intitulada de “Efeitos dos glicocorticoides no ouvido interno”, o pesquisador Taizo Takeda e sua equipe investigam como o ouvido interno é regulado por hormônios e um fato interessante é que os hormônios esteroides, como a aldosterona, modulam diretamente a saúde do ouvido interno.

Esse hormônio tem como função manter os níveis de sais (eletrólitos) adequados, ou seja, ele regula a quantidade de eletrólitos nos líquidos corporais. Esse mecanismo é muito importante para as funções do ouvido interno, que tem como seus principais componentes a perilinfa e a endolinfa. 

É através deles que o labirinto, também conhecido como sistema vestibular, sabe para onde estamos nos movendo. Os mecanismos auditivos e de equilíbrio formam um sistema muito complexo, composto por células que mandam sinais elétricos e líquidos que regulam a pressão em diversos canais. 

Mas, de maneira resumida, esse sistema é capaz de manter o equilíbrio do corpo através da leitura do movimento da perilinfa e da endolinfa. Os novos achados nas pesquisas inferem que a saúde do ouvido está relacionada aos hormônios mineralocorticóides, como a aldosterona.

Mas aqui nós perguntamos, o que a aldosterona tem a ver com o estresse?

E a resposta é que a aldosterona propriamente dita pode não estar relacionada, porém, o cortisol, o hormônio do estresse, em níveis elevados têm um efeito parecido ao da aldosterona, e altera o equilíbrio eletrolítico.

Portanto, podemos dizer que o estresse influencia no equilíbrio eletrolítico e na função do ouvido interno. Mas, estudos aprofundados devem ser realizados para maior compreensão do assunto. 

Outros fatores desencadeados pelo estresse, como a baixa imunidade, diabetes e o aumento da pressão arterial também podem levar à labirintite.

O corpo humano é complexo e seus mecanismos são intrigantes. Em contrapartida, as maneiras para mantê-lo saudável são simples e não causam espanto. Vamos ver a seguir um pouco sobre o diagnóstico da labirintite emocional e como tratá-la.

Leia também: Pressão alta emocional: como o estresse pode causar hipertensão

Como saber se a tontura é emocional?

Para saber se a labirintite é emocional, deve-se estar atento ao que desencadeou a crise. Se um indivíduo não possui crises e após um evento de estresse agudo, crise de ansiedade, ou situação de estresse crônico ele nota a tontura e o desequilíbrio é adequado procurar um médico para que o diagnóstico seja fechado e se inicie o tratamento.

A abordagem terapêutica abrangente compreende tratamento para todos os fatores que levaram às crises. O uso de medicação associado à psicoterapia e à qualidade de vida através de exercícios físicos e boa alimentação são muito benéficos para pessoas que sofrem da doença.

Lembramos que é necessário consultar um médico para que ele oriente o paciente ao tratamento adequado.

Quanto tempo dura uma crise de labirintite emocional?

O tempo de uma crise pode variar para cada paciente. Em alguns casos, a crise pode ser de horas, em outros os primeiros dias podem ser mais intensos e diminuírem com o passar do tempo, até melhorar por completo.  

Além disso, se não houver tratamento e compreensão das situações gatilhos para as crises, elas tendem a se repetir e até se tornarem frequentes.

Qual o melhor remédio para labirintite emocional? 

Entre os remédios para tratar a labirintite emocional estão os que tratam os mecanismos do ouvido interno e ansiedade, como veremos a seguir.

Dramin: Anti-histamínico depressor do sistema nervoso central, que pode ser manipulado especificamente para cada caso.

Betaistina: Atua na região do ouvido interno promovendo melhor circulação sanguínea, também pode ser manipulado.

Meclizina: Diminui o enjoo e a tontura.

Diazepam: Utilizado para tratamento de ansiedade.

Mas, atenção: Esses medicamentos devem ser utilizados apenas com o acompanhamento médico, pois podem gerar efeitos colaterais.

O que mais posso fazer para aliviar a labirintite?

Nos momentos de crise, é importante recolher-se para um ambiente tranquilo com baixos estímulos sensoriais com luzes apagadas e silêncio. Deve-se ficar em repouso de preferência deitado até melhorar.

Para prevenir as crises, o paciente deve buscar evitar as situações estressantes e manter hábitos saudáveis, como:

  • Praticar exercícios regularmente;
  • Tomar água de maneira adequada;
  • Não tomar muitas bebidas estimulantes como café e refrigerantes;
  • Ter uma alimentação saudável;
  • Procurar se expor à luz natural para manter um ritmo circadiano e ter bom sono.

Além disso, os medicamentos manipulados conferem um tratamento personalizado para o paciente, diminuem as chances de efeitos colaterais e trazem resultados mais rápidos porque são feitos em dosagens adequadas para as necessidades de cada pessoa. Pergunte para o seu médico sobre essa opção no momento da sua consulta. 

Leia também: Quais manipulados podem ajudar a diminuir o estresse

Fabíola Tavares Lemos
CRBM: 35430

Biomédica habilitada em Análises Clínicas, Pós Graduada em Auditoria dos Serviços da Saúde, mestranda no Programa Interdisciplinar em Ciências da Saúde da Unifesp. Atualmente trabalha nas pesquisas do BEST- Laboratório de Biologia do Estresse.

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