O aumento no número de pessoas com problemas cognitivos - como doença de Alzheimer, demência e déficit de atenção - tem levado a um maior interesse em soluções que melhorem a qualidade de vida da população, como é no caso dos remédios para a memória.
Atualmente, existem estudos avançados na área de farmacoterapia que buscam melhorias para essas condições. Mesmo não curando o declínio cognitivo, alguns remédios e suplementos são capazes de retardar a progressão das doenças, aumentar a memória e concentração, e proporcionar uma melhor qualidade de vida.
Esses remédios atuam provendo ao cérebro substrato para suas funções - como concentração e memorização a curto e médio prazo - e também podem ser utilizados como adjuvantes de outros tratamentos de doenças degenerativas ou de demência progressiva ou até como medidas preventivas.
Se você enfrenta algum tipo de problema neurológico ou se está buscando melhorar a sua memória e concentração por prevenção, confira abaixo quais ativos e vitaminas você pode incluir na sua rotina de cuidados com a saúde.
O tecido cerebral e do sistema nervoso é composto por lipídios. A vitamina E desempenha um papel importante na proteção dessas estruturas, eliminando os radicais livres na membrana celular e protegendo os ácidos graxos poli-insaturados. Como a vitamina E é lipossolúvel, ela possui propriedades vantajosas para a proteção contra o processo oxidativo dos lipídios em todo o sistema nervoso central.
Ao prevenir o estresse oxidativo que danifica as células, a vitamina E pode ajudar a reduzir o risco de desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer e outras demências. Ela tem a capacidade de bloquear a formação de peróxido de hidrogênio e a citotoxicidade causada pelos radicais livres, contribuindo para a preservação da saúde cerebral.
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Vários distúrbios neurodegenerativos são caracterizados por déficits de glutationa no Sistema Nervoso Central. A N-acetilcisteína (NAC) é um precursor da glutationa e serve como substrato para a síntese dessa molécula.
A suplementação com NAC tem sido empiricamente demonstrada como um meio de aumentar os níveis de glutationa intracelular sistêmica, o que pode ter efeitos semelhantes no cérebro. Acredita-se que a suplementação de NAC seja benéfica em pacientes com lesões cerebrais, transtornos psicóticos e sintomas de comprometimento cognitivo.
As vitaminas do complexo B estão envolvidas no desenvolvimento, manutenção e função neuronal e a deficiência dessas vitaminas estão associadas a doenças como demência, depressão, esquizofrenia e transtorno bipolar.
Colina, lecitina e fosfatidilserina são considerados precursores colinérgicos. A colina é um nutriente que serve como precursor da acetilcolina, um neurotransmissor essencial para a memória no cérebro.
A fosfatidilserina é um fosfolipídio encontrado principalmente nas estruturas cerebrais, especialmente nas membranas neuronais, e desempenha um papel importante na função cerebral. Esses precursores colinérgicos também têm propriedades antioxidantes e podem aumentar o metabolismo da glicose no cérebro.
A vitamina D é reconhecida por sua importância na prevenção de várias doenças crônicas e na promoção da saúde neurológica geral. Estudos têm demonstrado que a vitamina D está envolvida na regulação dos níveis de acetilcolina e na densidade neuronal do hipocampo, uma região importante para a memória e o aprendizado.
Além disso, o receptor de vitamina D no cérebro desempenha um papel no planejamento, processamento e formação de novas memórias.
O ômega 3 é altamente concentrado nas membranas neuronais e sinápticas. Possui propriedades anti-inflamatórias e pode reduzir a proliferação de células T, promovendo atividade anti-inflamatória no cérebro. Além disso, o ômega 3 combate o estresse oxidativo, protegendo as células cerebrais.
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O zinco é um poderoso antioxidante para o Sistema Nervoso Central. Ele influencia a estrutura e função do cérebro, especialmente em regiões como o hipocampo e a amígdala. A deficiência de zinco pode prejudicar o desenvolvimento cognitivo adequado, e estudos recentes têm associado níveis reduzidos de zinco no hipocampo ao declínio relacionado à idade na memória espacial.
Os bacosídeos presentes na Bacopa monnieri podem atravessar a barreira hematoencefálica, o que leva a efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes diretamente no cérebro.
O Ginkgo biloba é benéfico para a saúde humana, atuando como um agente neuroprotetor, antioxidante, eliminador de radicais livres, estabilizador de membrana e inibidor do fator ativador de plaquetas. É amplamente reconhecido por seus benefícios neuroprotetores, melhorando a memória, concentração, reduzindo a fadiga, ansiedade e sintomas de humor deprimido.
O ginseng é um dos produtos à base de plantas mais consumidos no mundo e é usado há anos devido às suas propriedades medicinais. É especialmente conhecido na medicina herbal asiática, onde é reconhecido por sua capacidade de promover a longevidade e como tratamento para diabetes, doenças cardiovasculares e distúrbios inflamatórios.
O cogumelo juba de leão é utilizado tanto para fins culinários quanto medicinais, demonstrando a capacidade de melhorar o cérebro através do estímulo do crescimento neuronal.
Ele ajuda a prevenir a perda de memória espacial de curto prazo e de reconhecimento visual, além de induzir o crescimento de células neuronais. Pesquisas mostram resultados promissores em terapias com essa erva.
Rhodiola rosea L é uma planta encontrada em regiões montanhosas do Ártico, Europa, Ásia e América do Norte. Ela tem sido utilizada no tratamento de ansiedade, depressão e fadiga, e promete melhorar a cognição e o desempenho mental devido às suas propriedades neuroprotetoras.
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Comumente conhecida como ashwagandha, essa planta auxilia o corpo a responder de forma mais eficaz ao estresse, além de promover a imunidade e combater o estresse oxidativo. A ashwagandha possui propriedades anti-inflamatórias, ansiolíticas e neuroprotetoras. Além disso, as raízes da planta possuem propriedades que estimulam o crescimento neuronal e a sinaptogênese.
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Biomédica habilitada em Análises Clínicas, Pós Graduada em Auditoria dos Serviços da Saúde, mestranda no Programa Interdisciplinar em Ciências da Saúde da Unifesp. Atualmente trabalha nas pesquisas do BEST- Laboratório de Biologia do Estresse.
