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2 de agosto de 2023

Alguma vez você já foi ao médico e ele te orientou a não misturar seus medicamentos com alguma substância específica? Ou trocou um de seus tratamentos por risco de interagir negativamente com alguma doença no seu organismo?

Essas recomendações existem para te proteger de possíveis efeitos adversos, que podem ser explicados pelo que chamamos de farmacocinética e farmacodinâmica. Ambos os conceitos dizem respeito à forma de como os remédios interagem entre si no organismo - a interação medicamentosa. 

O que é farmacocinética e farmacodinâmica?

O que chamamos de “farmacocinética” é uma área da ciência farmacêutica que estuda como um medicamento passa pelos processos de absorção, metabolização, distribuição, e excreção no organismo.

Todos os medicamentos precisam passar por essas 4 etapas para ter o efeito desejado. No entanto, como a farmacocinética aponta, alguns medicamentos podem influenciar os processos de outras substâncias medicamentosas também.

E então vem a farmacodinâmica, outra linha de estudo, cujo objetivo é entender quais interações cada medicamento irá realizar quando entrar em contato com o nosso organismo e com outros remédios também.

Por meio desses dois campos de conhecimento, é possível verificar se tomar um ou mais remédios será uma medida segura e eficaz para a pessoa e o tratamento da doença.

Por que alguns remédios são incompatíveis com outros?

Quando tomamos um comprimido, por exemplo, ele não faz o efeito desejado apenas “porque sim”. Na verdade, nosso organismo possui células específicas para receber cada substância necessária para curar uma doença ou aliviar um sintoma. 

Assim, se por acaso tomamos dois comprimidos para tratamentos diferentes, mas que precisam da mesma célula-receptora para poder agir no organismo, alguns efeitos indesejados podem acontecer. Por exemplo:

  1. O efeito de um medicamento pode ser maior, enquanto o outro é enfraquecido.
  2. Ambos os remédios podem ter seus efeitos enfraquecidos.
  3. Pode haver sinergismo, que é quando dois medicamentos potencializam os efeitos um do outro – o que não significa que é uma consequência boa, pois cada medicamento depende de medidas exatas para ser eficaz e seguro para as pessoas.
  4. Você pode ter uma reação adversa – que pode ser uma nova dor, um sangramento ou outro sintoma.

Exemplos do dia-a-dia

Para ajudar na compreensão, vamos citar alguns casos. O omeprazol, por exemplo, é um medicamento comumente prescrito para tratar refluxos, azia, úlceras ou até para “forrar” o estômago antes de tomar determinados remédios – sem essa proteção, algumas substâncias podem irritar a parede do estômago, o que pode ocasionar em lesões internas. 

O mecanismo de ação do omeprazol consiste em inibir prótons presentes nas células parietais do estômago. Dessa forma, a produção de ácido clorídrico é reduzida, trazendo maior sensação de alívio para o paciente.  

Entretanto, os problemas com o omeprazol começam a aparecer quando o misturamos com substâncias que dividem a mesma célula-receptora. A “CYP2C19” é responsável por fazer a maior parte do metabolismo do omeprazol – assim como muitos outros medicamentos. 

Por exemplo, o escitalopram e o citalopram são dois medicamentos antidepressivos que utilizam esse mesmo receptor para poder agir no organismo. E a consequência de misturar um desses antidepressivos com o omeprazol? Você pode ter arritmias, síndrome serotoninérgica (excesso de serotonina no sistema nervoso central) e alterações de humor.

O omeprazol com diazepam é outra combinação com potencial para ser prejudicial à saúde. A toxicidade dessa combinação pode causar confusão mental e ataxia (problemas com a coordenação motora).

7 tipos de medicamentos incompatíveis

No trecho anterior, explicamos como o omeprazol é um grande candidato a causar efeitos adversos quando combinado com outros medicamentos. No entanto, existem outras categorias de medicamentos que, em geral, também não geram boas consequências para quem os toma. Por exemplo:

  1. Antiácidos + antibióticos: Os antiácidos podem interferir na absorção do antibiótico e diminuir seu efeito. Quando apenas parte do antibiótico é absorvido, a chance do organismo criar resistência às bactérias aumenta.
  2. Anticoagulantes (como a varfarina) + anti-inflamatórios não-esteroides (como o ibuprofeno): Risco de sangramento, pois ambos os medicamentos podem afetar a coagulação sanguínea.
  3. ISRS (Inibidores seletivos da recaptação de serotonina, como a fluoxetina) + IMAO (inibidores da monoaminoxidase): Pode resultar em excesso de serotonina, causando sintomas como confusão, agitação, sudorese e aumento da pressão arterial.
  4. Medicamentos contendo álcool + benzodiazepínicos: Aumento dos efeitos sedativos e respiratórios. Dessa forma, pode causar sonolência excessiva, dificuldade respiratória e até mesmo coma.
  5. Medicamentos anti-hipertensivos (como inibidores da enzima conversora de angiotensina) + suplementos de potássio: Aumento dos níveis de potássio no sangue (hiperpotassemia), pondo em risco o funcionamento do coração.
  6. IBPs (medicamentos inibidores da bomba de prótons, como o omeprazol) + clopidogrel: Reduz a eficácia do clopidogrel na prevenção de coágulos sanguíneos, o que pode aumentar o risco de eventos cardiovasculares.
  7. Medicamentos antidiabéticos orais (como a metformina) + iodeto de contraste (utilizado em exames de imagem): Aumenta o risco de acidose láctica, uma complicação metabólica grave.

Bônus: medicamentos imunossupressores (como a ciclosporina) + medicamentos antifúngicos azóis podem aumentar os níveis sanguíneos de imunossupressores, aumentando o risco de toxicidade.

Essas combinações de medicamentos podem representar riscos à saúde, mas vale ressaltar que a avaliação e a orientação de um profissional de saúde são fundamentais para determinar a segurança e a adequação de qualquer tratamento medicamentoso.

Farmácias de manipulação e a medicina personalizada – a solução para quem toma muitos medicamentos

Por mais que tenhamos o funcionamento geral similar, os detalhes de cada organismo mudam de pessoa para pessoa. Algumas pessoas têm predisposição genética para diabetes e outras não. Algumas pessoas estão mais suscetíveis a ter problemas em um determinado órgão, enquanto outras nem tanto.

Por essas e outras razões, a medicina personalizada é uma forma de reduzir riscos à saúde. Na verdade, além de minimizar as chances de ter efeitos colaterais graves ao tomar um medicamento, ter um remédio feito especialmente para você pode até torná-lo mais eficaz para o seu corpo.   

Como descreve o blog do Memed, seja ela medicina personalizada ou “de precisão”, essa abordagem médica prevê tratamentos médicos adaptados, de acordo com as necessidades do paciente. Neste sentido, é possível avaliar mais do que apenas doenças e alergias já diagnosticadas. Por exemplo, empresas de exames genéticos já avaliam características do DNA para detectar e prever o que pode reagir melhor ou pior em cada organismo. 

Ainda nesse contexto, um levantamento da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag) indica que, dentre cerca de 100 mil profissionais da saúde – médicos, nutricionistas e dentistas – todos já prescreveram medicamentos manipulados ao menos 1 vez. Isso significa que, ao longo de um ano, aproximadamente 60 milhões de pessoas recorrem às farmácias de manipulação para conseguir tratamentos médicos personalizados.

Na Manipulaê, você tem acesso rápido e prático à uma rede de farmácias de manipulação que seguem padrões rigorosos de segurança, garantindo medicamentos eficazes e com entrega à domicílio. Em poucos cliques, você recebe um orçamento e fecha sua compra. 

O site da rede farmacêutica também conta com uma área exclusiva para princípios ativos, onde o usuário encontra informações como indicação do ativo, forma de administração, reações adversas, interações medicamentosas e mais. 

Misturei os medicamentos, e agora?

Ao misturar medicamentos, é fundamental seguir algumas diretrizes para evitar potenciais riscos à saúde. Aqui estão três dicas do que fazer quando há uma preocupação com a mistura de medicamentos incompatíveis:

  • Consulte um profissional de saúde: 

Sempre consulte um médico, farmacêutico ou outro profissional de saúde antes de iniciar qualquer combinação de medicamentos. Informe-os sobre todos os medicamentos que você está tomando, incluindo prescritos, de venda livre e suplementos.

  • Leia os rótulos e instruções: 

Leia atentamente os rótulos e as instruções de todos os medicamentos que você está usando. Verifique se há informações sobre possíveis interações ou instruções específicas sobre como tomar os medicamentos de forma segura. Atente-se também aos avisos sobre alimentos, bebidas ou outros medicamentos que devem ser evitados enquanto estiver usando algum remédio.

  • Mantenha uma lista atualizada de medicamentos: 

Com uma lista atualizada de todos os medicamentos que você está tomando – incluindo o nome, dose e a frequência de cada um – fica mais fácil passar essas informações aos profissionais de saúde durante as consultas. 

Seguir essas dicas ajudará a garantir uma abordagem segura ao misturar medicamentos e a minimizar os riscos de interações medicamentosas indesejadas.

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