A doença do refluxo gastresofágico é caracterizada pelo retorno do conteúdo gástrico para o esôfago, sendo essa condição muito prevalente, estando presente de 8 a 33% na população. Diversos são os fatores de risco que colaboram com essa patologia como fatores genéticos, familiares, medicamentos, obesidade, idade avançada, tabagismo, etilismo, estresse dentre outros fatores. A obesidade representa um dos fatores de risco para o refluxo gastresofágico muito presente na população e quando associado ao tabagismo pode complicar ainda mais os sintomas. Quando há obesidade a pressão intragástrica resulta em maior pressão quando comparados a indivíduos com o peso adequado, sendo que a gordura abdominal pode contribuir para esse quadro, essa observação pressupõe que o controle da dieta e gerenciamento do peso pode ser um fator importante para minimizar os efeitos do refluxo.
-Náuseas
-Distensão abdominal
-Queimação
-Pirose
-Arrotos frequentes
-Tosse
-Queimação na garganta
-Distúrbio do sono
Um dos fatores principais do tratamento do refluxo gastresofágico é a mudança de estilo de vida que inclui hábitos alimentares, peso adequado, gerenciamento de emoções e pensamentos e outras intervenções que podem ser cirúrgicas e farmacológicas. Siga sempre a orientação de um especialista.
-Evite alimentos com auto teor de gorduras
-Reduza o consumo de álcool
-Mastigue bem os alimentos
-Evite o estresse
- Fracione as refeições
-Cesse o tabagismo
-Evite dormir ou exercitar-se após realizar refeições
-Evite as roupas apertadas
A dieta para as pessoas que apresentam refluxo gastresofágico deve ser individualizada e com atenção aos sintomas mencionados pelos pacientes. A dieta deve ser equilibrada contendo frutas, cereais integrais, leguminosas, vegetais carnes magras e ovos. O profissional que estiver acompanhando irá selecionar os melhores alimentos que irão fazer parte de um cardapio adequado e individualizado. Os alimentos que devem ser evitados são aqueles que podem prejudicar o quadro do refluxo como os alimentos gordurosos, frituras, bolachas recheadas, refrigerantes, massas como macarrão e pão branco, café, chocolates dentre outros alimentos.
-Carnes magras e sem pele
- Produtos lácteos com baixo teor de gordura como leite desnatado, queijos menos processados como o queijo branco, cottage e ricota.
-Cereais integrais devem ser consumidos quando não há sintomas. Quando é possível tolerar prefira arroz integral, macarrão integral e pães integrais.
-Leguminosas como grão de bico, lentilha, ervilha, feijão branco observando sempre os sintomas.
Sempre consulte um especialista e converse sobre os sintomas após a ingestão dos alimentos. O sintoma do refluxo é individualizado sendo que a composição da alimentação deve estar equilibrada para evitar deficiências e melhorar o quadro do refluxo.
-Evite alimentos gordurosos esses alimentos demoram para serem digeridos e permanecem mais tempo no estomago prejudicando o refluxo.
-Evite salsicha, mortadela, salame, biscoitos recheados, croissant, molhos industrializados, maionese, preparações com manteiga, bacon, queijos amarelos dentre outros.
-A cafeína deve ser evitada por causar irritação na mucosa gástrica e prejudica o refluxo. A cafeína está presente no café, chá mate, chá verde, refrigerante, chocolates e bebidas energéticas.
-Evite as pimentas e temperos prontos eles prejudicam a mucosa e piora o refluxo.
O gengibre apresenta propriedades importantes atuando de forma muito colaborativa no combate a problemas gastrointestinais, melhora os sintomas das náuseas, antimicrobiana, anti-inflamatória, diurética, antioxidante dentre outras funções importantes. O gengibre melhora a digestão e dessa forma contribui para o refluxo. O gengibre pode ser usado em molhos, chás, saladas, temperos dentre outras alternativas.
O mamão é uma fruta importante pois possui uma substância que contribui para a digestão de proteínas e dessa forma evita o tempo prolongado das proteínas no estomago.
A dieta é um dos fatores fundamentais para o controle do refluxo e quanto mais variada e adequada melhores serão os resultados com minimização dos sintomas. Essa dieta deve ser sempre elaborada por um profissional capacitado e que está lhe acompanhando. A dieta deve ser composta por peixes, carnes magras, verduras, legumes, laticínios magros e grãos integrais. Essa dieta possui maior concentração de ácidos graxos ômega 3, vitaminas, minerais e fibras. A dieta quando bem planejada fornece benefícios a saúde através da prevenção de doenças como o sobrepeso, obesidade, doenças cardíacas, certos tipos de câncer, doenças autoimunes, gastrointestinais dentre outras.
Um estudo realizado com 264 adultos libaneses, sendo coletado informações referentes a estilo de vida, hábitos alimentares, pratos tradicionais libaneses mostrou que os sintomas do refluxo estavam associados ao consumo de café, doces libaneses, frituras, melaço de romã e tomate. Mostrando que a dieta tem influência nos sintomas do refluxo. Esse estudo também pode mostrar que as pessoas que comiam três ou menos refeições ao dia e fora de casa apresentavam de 2,9 e 2,4 vezes mais risco de apresentar os sintomas do refluxo gastresofágico do que os outros. Este estudo pode mostrar a importância da dieta no tratamento do refluxo e minimização dos sintomas.
A dieta juntamente com o tratamento médico estabelecido oferece importantes ferramentas para minimizar os efeitos indesejados do refluxo.
Nutricionista Mestre em Ciências dos Alimentos pela Faculdade de Ciências. Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. No Laboratório de Dieta, Nutrição e Câncer.