O tratamento psiquiátrico passou por diversas mudanças ao longo da história. De certa forma, hoje muito se fala sobre a importância de cuidados com a saúde mental e o tratamento respeitoso com pacientes com questões psicológicas, mas isso só foi possível graças às evoluções no campo social.
Ainda assim, segundo um levantamento da OMS (Organização Mundial da Saúde) , 71% dos pacientes com psicose no mundo não recebem tratamento adequado. Neste artigo, falaremos sobre os principais pontos que moldaram a forma como tratamos desse assunto nos dias de hoje, abordando também quais são os tratamentos mais recomendados pelos médicos.
Ao longo dos anos, muitos personagens importantes buscaram entender mais sobre o funcionamento do cérebro e passaram a olhar para os pacientes de forma humanizada.
Mesmo tendo acontecido de maneira gradual e lenta, as conquistas sociais que listamos abaixo foram fundamentais para que a saúde mental fosse levada a sério na mesma proporção que a saúde do corpo. Continue a leitura e saiba mais sobre cada uma delas.
A forma como hospitais psiquiátricos tratavam os pacientes se tornou alvo de muitas críticas e pautou a necessidade da criação de uma sociedade sem manicômios.
Durante o Segundo Congresso Nacional de Trabalhadores em Saúde Mental, foi lançado um documento que marcou um capítulo fundamental do tratamento psiquiátrico no Brasil, o Manifesto Bauru.
O manifesto buscava direitos para a população que estava à margem e precisava de tratamentos psicológicos. Simultaneamente, foi aberto, em São Paulo, o primeiro CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) do Brasil.
A promulgação da Constituição Federal foi uma das grandes responsáveis pelo fim dos manicômios brasileiros. Isso aconteceu no ano de 1988, muito por causa da grande mobilização popular a favor da atenção com questões de saúde mental.
Um dos avanços mais importantes foi a garantia de direitos para as seguintes populações:
Através da Carta Magna brasileira, regras legais foram instituídas para o Estado Brasileiro garantir os direitos da população. Um dos grandes avanços na época foi o SUS (Sistema Único de Saúde), pela Lei n. 8.069/1990.
Nesta mesma época, a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) e a OMS permitiram a mudança de formato da atenção psiquiátrica na América Latina, alterando a política dos serviços para saúde mental. Esse documento ficou conhecido como Declaração de Caracas.
As leis que formam a Reforma Psiquiátrica levaram 12 anos (tempo que passou tramitando no Congresso) até serem aprovadas em 6 de abril de 2001 (lei n. 10.216), também conhecida como Lei Paulo Delgado.
Esse conjunto de regras estabelece os direitos das pessoas com transtornos psicológicos, normas de proteção e como essas situações devem ser conduzidas.
A Lei impulsionou a transição do modelo de atenção à saúde mental no Brasil, fazendo com que a rede de serviços comunitários para essas questões fosse ampliada.
Criados em 2008, os Núcleos de Apoio à Família são instituições que reúnem profissionais de áreas diversas, como psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais e psiquiatras.
Esses núcleos servem para acolher pacientes que precisam de apoio médico para questões relacionadas a transtornos psicológicos.
As mudanças citadas acima são alguns marcos que tornaram o tratamento psiquiátrico mais humanizado, focando na reintegração social do paciente, ao invés de basear o “cuidado”, em internações prolongadas e forçadas.
Uma das técnicas de tratamento psiquiátrico é integrar atividades recreativas no processo, fazendo com que o paciente desenvolva habilidades sociais por meio de atividades que sejam de seu interesse.
O uso de medicamentos também é uma forma de ajudar na estabilização de pacientes; claro, a escolha do que deve ser usado depende do problema e da gravidade dentro do contexto apresentado por cada paciente.
Existem muitos remédios que podem ser utilizados em um tratamento contra problemas psiquiátricos. Abaixo, listamos alguns deles, mas é importante lembrar que nossa intenção não é fazer nenhuma recomendação, mas sim falar sobre as classes mais prescritas e como elas funcionam. Confira:
Classe de medicamento usada para controlar sintomas de ansiedade, fazendo com que o paciente se acalme e que os eventos pareçam em velocidade “normal”. Alguns nomes mais comuns são o lorazepam e diazepam.
Essa classe de remédios é usada para controlar sintomas de delírios e alucinações, impedindo que o paciente faça desassociação da realidade. Os nomes mais conhecidos são os remédios olanzapina, risperidona e o haloperidol.
Estabilizadores de humor servem para tratar de pacientes que passam por mudanças de sensações emocionais de forma muito abrupta, como pacientes com bipolaridade.
Este medicamento é muito usado para controlar sintomas de manias e depressão, e os nomes mais conhecidos são lítio e o ácido valpróico.
Medicamentos usados por pacientes que buscam tratar sintomas de depressão estabilizando a química no cérebro.
Esse tipo de medicamento é usado para controlar a agitação de pacientes em tratamento psiquiátrico, ajudando a induzir ao relaxamento e fazendo com que durmam com mais facilidade.
Outra forma de tratar pacientes com problemas psiquiátricos é usando remédios manipulados. O termo “manipulado” se refere ao processo de preparação do medicamento, que é feito de forma individual por farmacêuticos capacitados que se baseiam na receita prescrita por um profissional da saúde - neste caso, os psiquiatras.
Os manipulados psiquiátricos são totalmente seguros e utilizam os mesmo ativos que os remédios encontrados em farmácias comuns, com a diferença de que as dosagens são personalizadas para cada paciente.
Na Manipulaê, a produção desse tipo de medicamento é supervisionada por farmacêuticos especializados, que fazem uma tripla conferência antes de enviarem os manipulados para o paciente. Para saber mais sobre essa forma de tratamento, entre em contato e esclareça suas dúvidas.
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