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26 de abril de 2023

A anemia é a redução da massa de hemoglobina e consequente redução da massa eritrocitária (massa das hemácias). A anemia apresenta como principal consequência a hipóxia tecidual, que é a falta de oxigenação de forma suficiente nos tecidos. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a anemia está presente quando a concentração de hemoglobina for inferior a 12 g/dL para mulheres pré-menopausa e inferior a 13g/dL para homens e mulheres (pós-menopausa)

Embora a redução de concentração de hemoglobina possa acontecer em situações fisiológicas, como na gestação, por exemplo, este ainda é o principal parâmetro laboratorial para definir o quadro de anemia. Em linhas gerais, a associação de sinais e sintomas relacionados à anemia e redução da massa de hemoglobina revelada no hemograma (que é o exame de sangue) indicam quadro de anemia. 

Segundo estudos recentes, a prevalência de anemia no Brasil é de 50% em crianças, 15% a 30% em gestantes, 20% em mulheres em idade fértil e 20% em adolescentes. O CID (classificação internacional de doenças) da anemia é o CID 10. 

Quais são os tipos de anemia 

Existe mais de um tipo de anemia e, dentre os principais tipos, temos: anemia ferropriva, anemia megaloblástica, anemia falciforme, talassemia, anemias hemolíticas e anemia de doenças crônicas. Saiba mais sobre cada um deles abaixo:

Anemia ferropriva

É o tipo mais comum de anemia e afeta mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo. Esse tipo de anemia é causada pela deficiência de ferro, que se dá quando há grande perda de volume de sangue ou aumento da demanda de ferro, como é o caso da infância e da gestação. 

Em mulheres adultas a anemia pode ser decorrente de perda de ferro durante o período menstrual. Para saber mais sobre anemia e menstruação, clique aqui.

O diagnóstico é feito por meio de exames físicos, anamnese, hemograma, dosagem de ferritina e ferro sérico.  Nos casos de anemia por deficiência de ferro, há redução da concentração de ferritina e ferro sérico baixo. 

Anemia megaloblástica

Este tipo de anemia pode ter duas causas distintas: deficiência de vitamina B12 ou deficiência de ácido fólico. Essa deficiência pode ser decorrente da baixa ingestão ou de deficiência na absorção. 

A deficiência desses nutrientes compromete a síntese de DNA, causando um aumento de todas as células do corpo. De maneira geral, o diagnóstico é feito por meio do hemograma (anemia macrocítica - aumento do tamanho das células), dosagem de vitamina B12 e ácido fólico. 

Anemia falciforme

Esse tipo de anemia é consequência de uma mutação que ocorre na globina. Assim, a hemácia com a globina que sofreu mutação quando em ausência de oxigênio, apresenta o formato de foice. Esse formato compromete a flexibilidade da hemácia, o que dificulta o seu transporte pelos capilares. 

Quando há um episódio de crise falcêmica, o paciente pode sentir muita dor, chegando a ficar internado. Em alguns casos, é necessário que o paciente seja sedado, a fim de aliviar a dor.  Esse diagnóstico é feito por meio da eletroforese de hemoglobina, que vai identificar a presença do tipo mutante de hemoglobina. 

Talassemia

É um tipo de anemia causada por um defeito genético na síntese das cadeias da hemoglobina. O diagnóstico laboratorial se dá por avaliação de hemograma e eletroforese de hemoglobina. 

Anemias hemolíticas

Existe mais de um tipo de anemia hemolítica e, portanto, mais de uma causa. No geral, a anemia hemolítica se caracteriza pela destruição dos eritrócitos (hemácias)

Anemia de doenças crônicas

Geralmente, esse tipo de anemia está associado a alguma doença de base. As principais doenças relacionadas são: doenças infecciosas ou autoimunes, neoplasias e insuficiência renal crônica. 

O que causa anemia 

A causa da anemia está intrinsecamente relacionada ao tipo de anemia. Podem ser causadas por fatores genéticos (talassemia ou anemia falciforme), doenças autoimunes (anemias hemolíticas), carência de nutrientes (anemia megaloblástica e ferropriva) ou como consequência de uma doença crônica. 

Contudo, existem alguns aspectos que são comuns a todos os tipos de anemia. Como vimos, segundo a OMS, a anemia é definida como redução de hemoglobina abaixo dos valores de referência pré-estabelecidos. 

A hemoglobina é uma proteína, presente nas hemácias, que transporta oxigênio dos pulmões aos tecidos. A redução da massa de hemoglobina pode acarretar no comprometimento de transporte de oxigênio aos tecidos. 

Por conta disso, o organismo tenta se valer de mecanismos compensatórios, como aumento do débito cardíaco. Contudo, isso tende a ser menos eficiente em indivíduos debilitados e acaba por gerar uma série de sintomas, que veremos mais abaixo.

Fatores de risco para a anemia 

Algumas condições podem aumentar a suscetibilidade do indivíduo ao surgimento de anemia. Entre elas, essas são as principais: 

  • Desnutrição;
  • Situações em que há aumento por demanda de ferro: infância, gestação, lactentes prematuro; 
  • Perda de sangue; 
  • Doenças crônicas, como insuficiência renal, neoplasias, infecções e doenças autoimunes;
  • Gastrite;
  • Cirurgia bariátrica; 
  • Pessoas com dietas restritivas.

Principais sintomas de anemia 

Os sintomas da anemia podem variar de acordo com o tipo, comorbidades, tempo de instalação da doença, bem como rapidez da evolução. De maneira geral, é comum a apresentação dos seguintes sintomas: 

No caso de pacientes com doença falciforme, é comum fortes dores nas articulações, atraso no crescimento e feridas nas pernas.  

Como tratar a anemia 

Como já vimos, existem vários tipos de anemia e, do mesmo modo, o tratamento adequado depende do tipo de anemia que se quer tratar. Nos casos das anemias causadas por fatores genéticos, por exemplo, não há cura, porém existe tratamento. 

Transfusões de sangue podem ser indicadas a depender da gravidade do episódio e medicamentos para tratar os sintomas (principalmente dores fortes) também são utilizados). 

Além disso, é importante manter uma alimentação rica em nutrientes ou, se for o caso, fazer suplementação desses nutrientes. Nos casos das anemias como consequência de doenças crônicas, o ideal é tratar a doença de base para, assim, extinguir a anemia. 

As anemias carenciais (ferropriva e megaloblástica) são as mais comuns. O tratamento é feito, basicamente, repondo os nutrientes que estão em deficiência. Isso vai acontecer por meio de uma dieta adequada e de suplementação, conforme orientação médica. 

Para os casos em que se faz necessário o uso de suplementação de ferro, vitamina B12 ou ácido fólico, o uso de manipulados é uma alternativa interessante. Isso porque utilizando-se desse recurso você terá uma suplementação totalmente adaptada para as suas necessidades e realidade. 

Além de aumentar a eficiência do tratamento, as fórmulas manipuladas (e personalizadas) são mais baratas do que medicamentos prontos e ainda aumentam a aderência do paciente ao uso da suplementação. 

Por isso, caso esteja com algum caso de anemia carencial, vale a pena conversar com o seu médico ou nutricionista para avaliar a possibilidade do uso de suplementos manipulados especialmente para o seu caso.

Andressa Santana
CRBM : 5749 - 2ª Região

Biomédica pela Universidade Estadual de Santa Cruz. Atuou, por dois anos, como analista clínica em laboratório de análises clínicas. Atualmente é agente de perícia criminal na Polícia Civil de Pernambuco: foi lotada por quatro anos no Instituto de Genética Forense e hoje trabalha no Instituto de Criminalística de Petrolina.

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